segunda-feira, 25 de março de 2013

limpeza de terreno e preparos iniciais

                       De posse do terreno adquirido, antes de pensar no projeto ou em murar, algumas providências devem ser tomadas. Seria interessante, já no processo de negociação da compra e venda do terreno, retirar na Prefeitura a certidão de viabilidade para construção (no caso, residencial); essa certidão - que é gratuita - informará que tipo de construção poderá ser feita, o percentual de utilização da área para edificação (se puder, ser edificada), se o terreno ocupa alguma zona de proteção ambiental


                            É necessário também saber se o zoneamento do imóvel permite a construção que você, como adquirente, almeja; para isso existe uma certidão de zoneamento expedida pela Prefeitura (gratuita). "O zoneamento define quais os tipos de uso do solo que podem ser instalados na “região” onde se localiza o terreno e também define as regras de implantação da construção no terreno, ou seja, quais as restrições urbanísticas que devem ser observadas no projeto (frente e área mínimas de lote, recuos, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, taxa de permeabilidade, etc.)." Fonte: http://www.pmtb.pr.gov.br/plano_diretor/manuale.html 
                        Em Niterói, no Rio de Janeiro, essa certidão de zoneamento apenas diz se o imóvel pertence a área urbana ou rural, se está em zona de proteção ambiental. Mas é através do tipo de zona em que o imóvel se encontra que se lhe vai aplicar esta ou aquela regra legal. 


                           Antes, ainda, de fazer a limpeza (definitiva) do terreno, avalie o que você pode aproveitar em termos de vegetação, se houver. No caso de ser necessária a supressão ou poda de árvores, tenha em vista o pedido de autorização da Secretaria do Meio Ambiente da sua cidade (a taxa a ser paga é de R$ 32,92, em Niterói/RJ) - é um pouco burocrático, e sabemos que muitas pessoas ignoram isso, mas é melhor esperar um mês para ter a autorização do que ser surpreendido pela fiscalização e pagar multa, e/ou, na pior das hipóteses, responder por crime ambiental. Com mais razão isso deve ser feito se o seu terreno estiver em zona de proteção ambiental, ou dela próximo. Algumas Prefeituras requerem autorização até para se roçar o terreno; mas lembre-se que o cuidado e a manutenção do terreno é de responsabilidade do proprietário. Nada de deixá-lo abandonado, servindo de foco, por exemplo, de mosquito da dengue, ou de bichos peçonhentos. Por isso é aconselhável, apenas em terrenos com vegetação muito alta ou cerrada, no qual a pessoa tenha dificuldade inclusive de adentrar no terreno, que se faça uma limpeza superficial (retirada de mato, com abertura de caminho) para que se possa avaliar com exatidão o terreno; inclusive porque a autorização da Prefeitura pede relatório fotográfico das espécies de árvore que se pretende suprimir, bem como o croquis de planta de situação. Estou ainda nessa fase. 


                       No momento em que for possível circular no terreno e analisá-lo, o ideal é chamar um topógrafo (também o chamam de agrimensor) para dimensionar com exatidão o lote. Cuidado com fitas métricas, elas não calculam a angulação do terreno, e - com muita frequência - acabam provocando erros de medição. Isso é fundamental para saber se o seu vizinho, caso o tenha, não ocupou parte do seu terreno; o que pode ensejar inclusive uma ação judicial. Suponha que na medição o topógrafo dê por falta de quase 5 metros de seu terreno; para descobrir qual vizinho errou na dimensão e ocupou lote alheio, há que ir na Prefeitura para saber o marco zero do loteamento, de forma a se medir todos os terrenos - a partir daquele marco - para descobrir quem estava errado. O topógrafo vai ainda confeccionar uma planta, com o levantamento dos elementos existentes no terreno, com a posição exata de cada um deles (como alguma fonte, rocha, etc.), bem como a variação das cotas no local. Em média, gasta-se com topógrafo de R$ 800,00 a R$ 1.500,00, dependendo do tipo de terreno e do trabalho a ser realizado.


                              E, por fim, no quesito preparos iniciais, é aconselhável que se estude o tipo de solo do seu terreno, se é charco ou não, por exemplo (vai ser necessário contratar um empresa para a sondagem, que é provável faça uma perfuração). De forma que, conhecendo o solo, se saberá melhor como se proceder na terraplanagem e na fundação, se é necessário aterrar, ou levantar a casa, enfim, tudo para que futuramente a construção não ceda. Acreditem: é um gasto pequeno frente a se evitar uma super dor de cabeça lá na frente.


                               Espero ter ajudado. E até um próximo post.


                             
(topografia - foto extraída de http://agrologicaprojetos.com/galleria/themes/classic/fotos.html)




(sondagem do solo - foto extraída de http://www.mulotto.com.br/home/index.php/obras/item/4/asInline.html)
                         


2 comentários:

  1. Ótimo seu tereno Juliana esperamos as fotos da construção logo!
    Boa sorte!

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    1. Obrigada, Sânia. Eu vou postar todas as fotos passo a passo. Só que essas fotos desse post não são do meu terreno; são meramente ilustrativas. As do meu terreno eu ainda vou postar, pois ainda estamos limpando, como ele é bem grande e tinha muito mato e entulho (e lixo tb jogado nele), estamos tendo um certo trabalhinho em limpar. Depois de limpo, eu vou postando as etapas. valeu por comentar. Vc foi a primeira a comentar inclusive. :) Forte abraço.

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